A economia dos Estados Unidos (EUA) continua perdendo força. Principalmente no setor manufatureiro, já que o setor de serviços segue apresentando resiliência. Apesar do recente dado do PIB ser positivo com 2,9%, a economia ainda apresenta sinais de fraqueza.

Levando em consideração os efeitos defasados do expressivo aperto monetário promovido pelo Fed em 2022, continuamos projetando uma importante redução no ritmo de atividade e no início de uma recessão econômica nos EUA no segundo trimestre de 2023.

Por lá, em resposta ao aperto no mercado de trabalho, o cenário continua sinalizando para uma política monetária mais restritiva por parte do FED (Federal Reserve Bank), com a taxa dos FED Funds em torno de 4,50% para final de 2023, pelas nossas análises.

Enquanto isso, na Europa, embora o principal impulso inflacionário decorra da forte elevação nos preços da energia devido ao choque de oferta, existem sinais de aumento na difusão e na inércia inflacionária, o que demandará do Banco Central Europeu (BCE) a continuação da política de elevação dos juros; projetamos uma taxa terminal para 2023 próxima de 3,25%.


Base monetária dos EUA - Injeção de dinheiro na economia nos últimos 60 anos.


O que esperar para os próximos dias…

Em primeiro lugar, sempre temos que colocar as coisas em perspectiva. Quando olhamos em um horizonte de longo prazo, a Bolsa americana entregou uma performance superior à de qualquer outra Bolsa do mundo nos últimos anos. Porém, esperamos um curto prazo volátil para os americanos, enquanto o ciclo monetário se encontrar em transição, com uma alta significativa das taxas de juros e retirada dos estímulos monetários.

Dessa forma, caso os juros de mercados sigam em alta, a Bolsa americana poderia vir a sofrer mais.

Apesar do momento, a economia americana segue entre as mais pujantes do mundo.As grandes empresas americanas deverão seguir na liderança de muitas tendências que irão mudar o mundo na próxima década, principalmente na área de tecnologia. Assim, investidores que ainda possuem uma baixa diversificação internacional devem usar esses momentos de fraqueza para aumentar a sua posição nessa classe de ativos.


Análise Gráfica do S&P500

Analisando o gráfico semanal do S&P500, observamos que o ativo rompeu a resistência do canal de baixa. A média móvel de 20 períodos começa a dar um suporte para a impulsão do pivô de alta indicando uma reversão na tendência de curto prazo.

Temos também a figura de um OCOI (ombro cabeça ombro invertido), uma sinal de reversão de tendência com boa assertividade. Todos os indicadores gráficos vão na contramão da análise macroeconômica do mercado americano.

O que isso significa?

Na nossa análise, apesar dos sinais gráficos apontarem um momento de reversão de tendência para engatar uma possível alta, o cenário macroeconômico não dá gatilhos suficientes para acreditarmos em um grande movimento.

Portanto, o mercado deve se manter consolidado e, como falamos anteriormente, incerto e volátil para os próximos meses, pensando em médio/longo prazo.


Erek Mendonça, Analista CNPI-T

Hub do Investidor